Relações dos Elementos de Coesão

Explicação sobre as relações de alguns elementos de coesão

 

Vejamos, a título de exemplo do que foi dito em O PAPEL DOS ELEMENTOS DE COESÃO, as relações que alguns elementos de coesão estabelecem:

 

a) ASSIM, DESSE MODO: têm um valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.

 

Exemplo: O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.

 

b) E: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:

“Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.”

O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova. Por isso seu uso é apropriado. Mas, ao dizer:

“Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.”

O segmento introduzido pelo e não adiciona nenhuma informação nova. Trata-se, portanto, de um uso inadequado.

 

c) AINDA: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.

 

Exemplo: O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes.

 

d) ALIÁS, ALÉM DO MAIS, ALÉM DE TUDO, ALÉM DISSO: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.

 

Exemplo: Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.

 

e) ISTO É, QUER DIZER, OU SEJA, EM OUTRAS PALAVRAS: introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente.

 

Exemplo: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.

 

f) MAS, PORÉM, CONTUDO e outros conectivos adversativos: marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com estes conectivos, segmentos que não se opõem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.

 

Exemplo: Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio.

 

g) EMBORA, AINDA QUE, MESMO QUE: estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento.

Observe o exemplo:

 

Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.”

 

Como se nota no exemplo acima, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens da técnica e da ciência, afirma-se uma desvantagem maior.

O uso do EMBORA e conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado SEM SENTIDO, como no exemplo abaixo:

 

Exemplo: Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver o problema da fome.

 

h) Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma certa escala. Alguns como MESMO, ATÉ, ATÉ MESMO, situam alguma coisa no topo da escala; outros, como AO MENOS, PELO MENOS, NO MÍNIMO, situam-na no plano mais baixo.

 

“O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.”

ou

“É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.”

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